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fev
De um modo geral, Dislexia é um distúrbio ou transtorno da aprendizagem nas áreas de soletração, escrita e leitura. Dentre suas características podemos ressaltar que o disléxico é potencialmente um mau leitor, embora consiga ler: o disléxico lê, sua leitura é lenta e muitas vezes sofrível. Por outro lado, pode-se dizer que todo disléxico é realmente um mau leitor, mas nem todo mau leitor é disléxico. Uma má leitura não deve ser uma pista final para o reconhecimento do mau leitor, mas é uma pista preciosa para o diagnóstico do disléxico.
A dislexia não é uma consequência de uma má alfabetização ou letramento, desatenção, desmotivação, pouca inteligência ou condição sócio-econômica. Na verdade é uma alteração genética, hereditária e com alterações nos padrões neurológicos.
Como em outros distúrbios, existem alguns sintomas que as crianças disléxicas apresentam, mas que também poderão estar presentes em outros distúrbios. Para se ter um diagnóstico diferencial, vários profissionais poderão participar dessa avaliação, sugerindo formas de atendimento.
Alguns dos sintomas que podemos perceber destacam-se:
- Fraco desenvolvimento da atenção (desatenção e dispersão);
- Atraso no desenvolvimento da fala e da linguagem;
- Atraso no desenvolvimento visual (muitas vezes apresentam desordem na organização de seus materiais);
- Dificuldades em jogar quebra-cabeças, com um fraco desenvolvimento da coordenação motora fina e grossa;
- Falta de interesse por livros;
- Dificuldade em aprender rimas e canções;
- Imaturidade no trato com outras crianças;
- Dificuldade na aquisição e automação da leitura e escrita;
- Pobre conhecimento de aliteração (sons iguais no início das palavras);
- Dificuldade de copiar de livros ou da lousa;
- Desorganização geral (atrasos na entrega de trabalhos escolares);
- Confusão entre direita e esquerda;
- Dificuldade na memória de curto prazo;
- Dificuldade em decorar sequências;
- Dificuldade na matemática e desenho geométrico;
- Problemas de conduta: retração, timidez excessiva, depressão, tornar-se o “palhaço” da turma;
- Bom desempenho em avaliações orais;
- Dificuldade em nomear objetos e pessoas (disnonia);
- Dificuldade em aprender uma segunda língua;
- Disgrafia (deficiência em escrever tanto em termos de caligrafia como de coerência na colocação das ideias na escrita);
- Discalculia (transtorno de aprendizagem ligado à inabilidade ou incapacidade de raciocinar e avaliar processos que envolvam números ou conceitos matemáticos);
- Hiperatividade;
- Hipoatividade.
Ao contrário do que muitos pensam o disléxico quase sempre contorna suas dificuldades: responde muito bem a tudo o que passa para o concreto; o que envolve os sentidos é mais facilmente absorvido; tem sua própria lógica. E muitos deles são muito bem sucedidos, como Albert Einstein. Outros exemplos de pessoas famosas consideradas disléxicas, hiperativas e/ou portadoras de déficit de atenção: Thomas Edson; Tom Cruise; Walt Disney; Agatha Christie, Einstein, Leonardo Da Vinci, Walt Disney, Ziraldo (autor do livro Menino Maluquinho).
E como podemos ajudar o disléxico? São várias as atividades, mas vamos sugerir algumas delas. Ressaltando:o disléxico é capaz, criativo e, provavelmente, muito inteligente. Aprenderá a ler e escrever se lhe forem ensinado de forma apropriada. Ajude-o a ter consciência disso.
Leve o disléxico a exposições, museus, teatros, atividades esportivas, cinemas.
Mas muito importante: não faça comparações com outros membros da família ou colegas de classe. Não exerça pressão a ponto de amedrontá-lo com a perspectiva de não passar de ano e/ou desapontar você.
Não se surpreenda se ele facilmente se cansar ou desanimar; caso sua caligrafia for irregular ou feia; seu desempenho for incongruente e inconstante. Não lhe diga somente: “Tente se esforçar”. Incentive-o naquilo de que gosta e faz bem feito. Leia para ele em voz alta, se possível, todos os dias: livros e revistas. Manifeste seu contentamento por seu esforço.
Outras sugestões que podem fazer diferença são a de estimular a olhar as palavras detalhadamente, poucas letras de cada vez.
Em sala de aula, não exclua o disléxico. Estimule o aluno a fazer todos os exercícios e parabenize-o sempre pelo esforço e pelo sucesso. Lembre-o de anotar datas de provas, tarefas e pesquisas. Peça que ele tome nota de determinadas explicações ou dicas que não constem no texto. Dê mais tempo durante as provas, lendo sempre o enunciado em voz alta e certificando-se de que ele entendeu o que foi pedido. Uma boa saída é fazer provas orais.
Quanto à parte psicológica, fale francamente sobre suas dificuldades. Ajude-o a reconhecer de que há muitas coisas que ele pode fazer bem. Motive-o a ir devagar, dando tempo ao tempo. Estimule a expressão verbal. Por ter dificuldade na memorização de instruções longas, é importante dar-lhe instruções curtas e simples.
Não existe nenhum tratamento considerado o melhor para o atendimento do disléxico. Os profissionais envolvidos na avaliação (geralmente o psicopedagogo, neurologista e neuropsicólogo) assim como os que farão o acompanhamento (psicopedagogo e por vezes o psicólogo), deverão levar em conta as dificuldades atuais e os maravilhosos ganhos que obterão.
A chave do sucesso é a integração entre a Escola, família e terapeutas, nesse processo que pode ser um pouco longo, mas eficaz.
O psicopedagogo é um dos profissionais capacitados a atender os disléxicos. Em minha clínica, com a vasta experiência que possuo, o desenvolvimento pessoal e pedagógico são o mote dos atendimentos, aumentando o autoconhecimento e desenvolvendo a autoestima.
DISLEXIA: UM DESAFIO À APRENDIZAGEM – SANDRA MARA DALLE CORT
DISLEXIA: DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE DISLEXIA
DISLEXIA – JOSUÉ GERALDO BOTURA DO CARMO
DISLEXIA DISTÚRBIO DE APRENDIZAGEM – NELCI CARMEM CAVALLI DA SILVA
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Educadores
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