15
mar
Ao nascermos mulher, já existíamos na barriga da nossa avó!
Como assim?
Nossa mãe quando concebida, dentro de seu útero, que nos carregou, já trazia os óvulos que iriam gerar nossos filhos, ou seja, dentro do feto feminino, já estão os óvulos que irão trazer a possibilidade de nos tornar mães.
Interessante…afinal, a construção de uma mãe, começa na gestação de nossas avós, que geraram nossas mães, que nos geraram!
Brinco sempre, que marido até podemos trocar, mas filho é programa para a vida inteira! Brincadeira mesmo?
Felizmente, vamos vivendo e aprendendo que mudanças são possíveis, assim, estamos sempre em construção, reforma, reparos…
Quando pequenas, cuidar da boneca, zelar pelos brinquedos, observar as professoras que ensinam, parece aos olhos infantis, que a mulher é dona do saber!
Nos constituímos a partir do espelhamento: necessário um bom e presente colo, para que se desenvolva a noção de pertencimento.
O bebê começa a enxergar o rosto de quem o acolhe, a partir da 2ª semana numa distância de 15 a 20 cm. A amamentação, tem esta distância. Já perceberam? Assim, o bebê começa a existir a partir do outro. Sendo visto por sua mãe que o amamenta, ou por uma mamadeira bem dada, com carinho, presença e aconchego.
A partir do nascimento de um bebê, acontece também, o surgir de uma mãe real.
Até então, o desejo de ser mãe, era um sonho, acalentado desde menina. Afinal, o poder da maternagem e dar a vida, não é pouca coisa. Concordam?
Em geral, as meninas querem viver o milagre e a potência, que é carregar dentro de si, um outro. E consequentemente, dar luz a outro ser humano.
Aliás, quanto a dar luz, no parto, demos luz a um bebê. A luz, foi dada. É de quem a recebeu, ou seja, a luz própria de cada um.
Quando dei à luz, acompanhei cada filho: cada um com a sua luz. Eu, com minha luz que recebi de minha mãe através do parto, pude seguir e acompanhar meus filhos, cada um com sua luz própria.
O que é ser mãe? Uma facilitadora da constituição do humano? Acompanhante e provedora no experimento de vida?
Cada um, constrói um repertório de experiencias boas e outras nem tanto.
A mulher, tem em si o desejo de ser mãe. Às vezes, este sonho implica em renúncia, coragem e estranhamento. Afinal ser mãe demanda muita dedicação e despojamento de si. Nem todos tem esta disponibilidade.
Felizmente, transformações são possíveis. E um bebê nos ensina muito!!
Saber olhar, ouvir a necessidade do outro.
Cada mãe, carrega dentro de si conhecimentos, verdades: algumas aprendidas. Outras não.
Instinto de sobrevivência é inato em todos nós, mas ao vermos nossas crias, pequeninas, dependentes e indefesas(?), cresce em cada nova maternidade, o desejo de poupar o filho de sofrimento e dificuldades. E como equilibrar o que são nossos medos e as necessidades do pequeno?
O começo de uma maratona
Tudo começa com um sonho, um modelo idealizado.
Gravidez confirmada! Que alegria!!!
Em nossa cultura, o desejo da maternidade, é enaltecido em prosa e verso.
No sonho da futura mãe, existe um bebê imaginário. Lindo, sorridente e perfeito. E bonzinho!
Enquanto isso, o seio da mãe cresce, a barriga aumenta, o corpo muda…Muitas vezes vem o cansaço, pois carrega a ela e o bebe na barriga. Aumenta o peso. A realidade se impõe com todas as mudanças e inseguranças decorrentes.
A responsabilidade da mãe-gestante cresce, pois precisa cuidar da dieta.
O alimentar de si e do outro, o bebê. Ansiedade e stress, também necessitam atenção.
Todos estes fatores são importantes no desenvolvimento do feto, além da mãe, que tem suas necessidades afetivas, seu lugar na família enquanto esposa.
Trabalho complexo! A presença do pai, quando de uma relação saudável, é sempre benéfica, na medida que a mãe se sente aceita diante de tanta mudança, afinal, a fase do namoro e encantamento mútuo progrediu para o desejo de concretizar uma família.
É um amadurecimento que chega diante de tanta incerteza e questionamentos, afinal, o bebê virá como na encomenda do bebê sonhado?
Todos são aprendizes de um relacionamento intenso e desconhecido: mãe, bebê, pai, avós tios…. toda a família estendida!
Mesmo quem já tenha filhos, um novo bebê, traz consigo características próprias e gravidez em momento diferente, ou seja, sempre estamos nos adaptando, reformulando e somando experiencias.
Autoria: Miriam Goldstajn
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Educadores
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