Sala de Aula Invertida

Existem várias maneiras de darmos aula começando com a mais tradicional: aula expositiva. Nesse formato o professor usa geralmente de 30 a 35 minutos para expor um novo conteúdo, e depois de responder às dúvidas dos alunos, sugere alguns exercícios para serem feitos na classe e outros para a lição de casa. Ou seja, a maior parte do tempo é usada para a parte expositiva do professor.

O que pode vir a ocorrer é que alguns alunos tenham dúvidas ao final da exposição do professor e fazem questionamentos (e ao respondê-las, muitos alunos se beneficiam); outros as têm quando estão resolvendo as questões em sala; e ainda outros, quando estão em casa, sem ajuda. Existem, claro, aqueles que entendem e fazem as atividades de sala de aula e de casa sem maiores dificuldades.

A ideia proposta da Sala de Aula Invertida é a de uma inversão, na qual o aluno deve vir preparado para a aula, já tendo contato com os conteúdos, pelo menos em seu básico. Essa aproximação poderá ser feita de várias maneiras como o vídeo aulas sugeridas pelo professor, como os da própria instituição de Ensino ou ainda da Internet. Outra opção é a leitura do assunto no livro didático, revistas científicas ou outro meio sugerido sobre o tema. Seria aconselhável que os alunos pudessem escolher como se aproximar desse conteúdo. Como normalmente os alunos estão mais acostumados com o modelo tradicional (e por vezes afirmam que desejam mudá-lo) é o vídeo aulas a mais procurada.

Esses materiais deverão ser enviados pelo professor através do e-mail da classe ou no Portal da Escola (que muitas vezes usa o Moodle) de forma a permitir a visualização por parte do Professor. Não basta apenas verificar se os alunos viram os vídeos ou seus comentários sobre os mesmos. Se possível, criar fóruns de discussão após os vídeos. Outra sugestão é a criação de playlist com os vídeos selecionados.

O ideal é que os alunos assistam ao vídeo aulas, anotem suas dúvidas e as tragam para a sala de aula. Essas dúvidas deverão pautar as discussões ou mesmo uma explicação, esclarecendo ou aprofundando os conteúdos. A partir desse momento, o professor deverá propor atividades para aplicar esse conteúdo em atividades como exercícios, pesquisas ou outras práticas. Ou seja, o maior tempo em sala de aula não é o da explicação do conteúdo, mas a de sanar as dúvidas e aplicar esses novos conteúdos.

Na realidade, o que acontece é que os alunos vão para a classe de diversas formas. Pode ocorrer que alguns alunos não tenham assistido aos vídeos ou lido os textos e não consigam se beneficiar dos comentários, das discussões ou dos fóruns. Pode ser ainda que alguns alunos assistiram as aulas, mas não as entendam. Ou ainda os que assistiram ou leram e não tiveram problemas, mas os têm na hora de aplicar nos exercícios. Como existam alunos que fizeram todas as atividades e não tiveram dúvidas (e poderão ser selecionados como auxiliares ou mediadores).

Nesse caso, uma sugestão é a aplicação da “Rotação por Estações”: a classe é dividida em grupos conforme o seu estágio. Quem não assistiu a aula deverá fazê-lo em seu computador pessoal ou celular. Quem assistiu e não teve dificuldades, vai realizar os exercícios. Quem precisa da ajuda do professor, reúne-se com ele. A medida em que cada um vai realizando as tarefas, muda de Estação.

Pode ocorrer que haja resistências por parte dos alunos que estão acostumados a receber muitas vezes passivamente os conteúdos por parte do professor. Isso porque toda mudança traz incerteza e insegurança, tanto para os alunos como muitas vezes para o próprio professor.

Mas com um bom relacionamento professor-aluno as boas e novas práticas devem prevalecer.

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Prof. Luciano Dias da Silva (FURB)