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![entre-as-letras-x-e-ch Ortografia: Relações Homófonas entre as Letras X e CH](https://clinicagrunkraut.com.br/wp-content/uploads/2019/03/entre-as-letras-x-e-ch.png)
Palavras homófonas são aquelas que apresentam sonoridade semelhante, mas com sentido diferente (como por exemplo, nas palavras “nós” e “noz”; “chá” e “xá”).
Segundo o GDF (Governo do Distrito Federal) através do Núcleo de Monitoramento Pedagógico existem dez hipóteses sobre as trocas ortográficas. A primeira é a “Substituição Envolvendo a Grafia de Fonemas Surdos e Sonoros”. Outra são as “Alterações Ortográficas Decorrentes de Apoio na Oralidade”. A seguir temos a “Omissão de Letras”. Não menos importante temos o “Acréscimo de Letras”.
Outra hipótese sobre as trocas são as “Junções e Separações Incorretas de Letras”. A seguir, vemos “Erros por Generalização de Regras” e outra conhecida como troca por “Letras Parecidas”. Tão importante como as anteriores são a “Inversão de Letras dentro da mesma Palavra” e “Confusão entre as Terminações ÃO e AM”.
Mas nesse trabalho vamos nos ater a décima hipótese que é a da “Correspondência Múltipla”. Esse caso pode ser visto como a das trocas de “Uma Letra ser Representada por Vários Sons”; e “Um mesmo Som Pode ser Escrito por Várias Letras”; e mais especificamente, essa última hipótese.
Um dos objetivos da psicopedagogia é o trabalho com a Leitura e a Escrita com crianças e adolescentes com transtornos como a Dislexia, conceito definido pela ABD (Associação Brasileira de Dislexia) como “um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração”. Entre outras dificuldades, as trocas ortográficas são muito frequentes.
A fim de ajudá-las a refletir e interiorizar o sistema de grafemas (letras) e fonemas (som) são propostas várias atividades envolvendo a leitura e a escrita.
A fim de exemplificar o trabalho psicopedagógico, sugiro a atividade a seguir para o trabalho com os grafemas “X” e “CH”. A leitura sugerida é a poesia infantil de Cecília Meirelles: A chácara do Chico Bolacha.
![](https://clinicagrunkraut.com.br/wp-content/uploads/2019/03/casa-4.jpg)
A chácara do Chico Bolacha
Cecília Meireles
Na chácara do Chico Bolacha,
o que se procura
nunca se acha!
Quando chove muito,
o Chico brinca de barco,
porque a chácara vira charco.
Quando não chove nada,
Chico trabalha com a enxada
e logo se machuca
e fica de mão inchada.
Por isso, com o Chico Bolacha
o que se procura
nunca se acha!
Dizem que a chácara do Chico
só tem mesmo chuchu
e um cachorro coxo
que se chama Caxambu.
Outras coisas ninguém procura,
porque não acha,
coitado do Chico Bolacha!
![Cecília Benevides de Carvalho Meireles (RJ 1901 – RJ 1964) poeta brasileira, professora e jornalista brasileira.](https://clinicagrunkraut.com.br/wp-content/uploads/2019/03/cecilia-meireles.jpg)
O primeiro trabalho é a exploração oral e a compreensão do título da poesia e de sua autora. Os aspectos a serem salientados serão: “Como você imagina que deve ser a Chácara do Chico Bolacha? Quem você acha que é o Chico Bolacha? E Cecília Meireles, a autora?”
Depois, pede-se a leitura do mesmo e a compreensão das palavras possivelmente desconhecidas (como “chácara”, “charco”; “coxo”, dentre outras). Junto ao vocabulário, deve-se trabalhar com a imaginação das diversas cenas retratadas na poesia e a personalidade do Chico Bolacha, agora com mais significado (“Quem ele é?”; “Como é o seu dia a dia?”).
A seguir, pode-se trabalhar com cada uma das estrofes, pedindo a explicação das diversas situações, primeiro de forma separada e depois interligada com as demais.
O trabalho com as rimas é sempre importante; com o uso de cores, a criança deverá ser levada a percebê-las ressaltando a existência dentro e fora da estrofe.
O próximo passo pode ser a exploração da ortografia envolvida nessa poesia. Para isso, pode-se pedir para a criança passar um traço com uma determinada cor sob as palavras escritas com a consoante “X” e outra cor para aquelas com a o dígrafo “CH”, copiando-as em espaços adequados, mas não necessitando repeti-las.
Deve-se voltar à terceira estrofe e pedir para relembrar a explicação dada anteriormente. O objetivo é o trabalho com as palavras “enxada” e “inchada”.
A atividade é a de desenhar essas duas palavras (pode ser o desenho de uma mão inchada ou outra parte do corpo). Depois, pede-se para perceber que uma delas é escrita com a consoante “X” e a outra com o dígrafo “CH”. Pede-se para grifar esses grafemas com uma determinada cor, e as letras que as antecedem, com outra.
É importante a certificação de que a criança percebeu essas diferenças. A partir daí, pedir que oralmente sugira uma regra ortográfica para o uso do “X” e do “CH” para esses casos. Quando o conceito estiver claro, pedir que redija a regra ortográfica.
Segundo a Gramática, a consoante X é usada em palavras africanas e indígenas, depois de ditongos (como “ameixa”) e depois das sílabas “me” e “en”.
Para a comprovação da mesma, fazer uma pesquisa com outras palavras ou exercícios de fixação. Sugestão de palavras com X: enxergar; enxame; enxoval. Se possível, fazer perceber que às vezes, as regras têm exceções como nas palavras “encher”, “encharcar”, dentre outras.
É importante ressaltar que o X também é normalmente usado após a sílaba inicial “me”, como em “mexer”; “mexilhão”, dentre outras. Mas que também existem exceções como na palavra “mecha”.
Para o uso do dígrafo CH, a sugestão são as palavras: “inchado” e “linchar”, dentre outras.
Dessa forma, pode-se perceber que o trabalho psicopedagógico na área de Leitura e Escrita envolve muitos aspectos ligados ao desenvolvimento da imaginação e criatividade; leitura com a exploração do vocabulário; ortografia; gramática; escrita com concisão e organização de ideias, sempre levando em conta o desenvolvimento da oralidade.
Trabalhando dessa forma, a criança com dificuldades conseguirá suplantá-las, desenvolvendo a auto-estima e a percepção de seu real valor.
https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/relacoes-homofonas-estabelecidas-entre-as-letras-x.htm
DUARTE, Vânia Maria do Nascimento. “Relações homófonas estabelecidas entre as letras “X” e “CH”“; Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/relacoes-homofonas-estabelecidas-entre-as-letras-x.htm.
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